terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CULTURA DE VERDADE, CULTURA DE MENTIRA

25.02.2013 - Cartaz irregular fixado na parede externa da Fundação das Artes.
O anúncio desrespeita a Lei Cidade Limpa.

Neste domingo, dia 24 de fevereiro, no Teatro Paulo Machado de Carvalho, após 30 minutos de atraso para o início da segunda sessão da peça infantil “Toy Story”, diante de uma plateia lotada, foi feita uma locução (não se sabe se gravada ou ao vivo) por meio da qual a produção do espetáculo destaca, dentre outras informações, que “a partir de agora, finalmente, a cidade vai ter cultura de verdade” e, em seguida, agradece nominalmente o Secretário Municipal de Cultura.

Sem entrar na avaliação de mérito da atividade artística, sua legitimidade em relação com a cultura brasileira e a produção cênica atual (para tanto, clique aqui para ler artigo do professor Warde Marx sobre o espetáculo “ToyStory”), o que salta aos olhos (e aos ouvidos) é que não é possível admitir, nos espaços culturais de São Caetano, discursos e práticas de produtores que desconheçam o que é/foi feito na cidade e que desconsideram que a cultura é resultante de um processo histórico que se constrói a partir de escolhas, encontros e desencontros, erros e acertos, a existência de ações e, também, a falta delas. Em qualquer lugar que seja, por melhor ou pior que seja a situação, nenhum governo ou secretaria de cultura está “inventando” a cultura ou a ação cultural. Portanto, não existe nada mais vazio e falso do que afirmar que “agora sim vamos ter cultura de verdade”.

Pois, para existir “uma cultura de verdade” é necessário que exista, portanto, “uma cultura de mentira”. Se a tal “cultura de verdade”, como afirma o produtor do espetáculo “Toy Story”, não existia (começou a existir agora, em especial com os espetáculos trazidos por ele), tudo o que era feito antes era “de mentira”. Assim, o que foi apresentado nos espaços culturais de São Caetano antes de sua “chegada triunfal” é “mentira”: mais de trinta espetáculos das escolas e academias de dança da cidade e região; espetáculos de teatro amador, profissional e estudantil; shows musicais e peças infantis realizados pelo SESC; apresentações de alunos e professores da Fundação das Artes; mostra de Hip Hop e outras ações para a juventude; Entoada Nordestina, Feiras e ocupações de artesanato, Exposições e publicações da Fundação Pró-Memória; só para citar algumas das muitas ações feitas nos últimos anos.

Parece que a proposta do produtor se pauta, exclusivamente, pelo retorno ao princípio lançado anos atrás por FHC: “Cultura é um bom negócio”, que na prática significava que “Cultura de verdade é só aquela que pode ser um negócio”. Muito rentável, de preferência (leia-se fazer três sessões seguidas, lotadas, lucrando o máximo possível). Essa é a função de uma Secretaria de Cultura: lotar o teatro, arrecadar o máximo possível e permitir que a ideia de cultura seja ditada por um produtor que obviamente desconhece a ação cultural da cidade (ou de qualquer lugar)?

Nada contra um espetáculo que atraia público e que movimente os espaços culturais. É sempre bom ver a casa lotada. Tudo contra discursos que desvalorizam a diversidade cultural e as práticas locais, tão defendidas pelo projeto de lei do Plano Municipal de Cultura (motivo da Caminhada Artística que atraiu quase 200 pessoas e foi realizada, semana passada, pela Avenida Goiás e Câmara Municipal).

Não podemos mais aceitar a confusão entre "há muito a ser feito" (isso em cultura é sempre uma realidade) com "nada nunca foi feito". E muito menos podemos aceitar que esse tipo de discurso da “cultura de verdade” se perpetue. A criação artística em São Caetano, por exemplo, necessita de investimentos urgentes, pois, de fato, nunca foi verdadeiramente estimulada. Mas isso não significa que tudo o que foi feito era “de mentira”. Cultura é um processo - é sempre melhor partir do que já existe ao invés de destruir o pouco já construído.

Já está na hora de romper com o discurso trazido pelos colonizadores de que "é preciso destruir o que existe para construir algo novo, bom de verdade", que nada mais é do que um eterno e desnecessário recomeço/retrocesso. Esse discurso, típico de eleições, nada contribui para construção de políticas culturais que entendam a cultura como vetor de desenvolvimento simbólico, econômico e principalmente humano. Ampliar e melhorar é o que se espera. Desconstruir, não.

A legitimidade de uma nova ação está diretamente ligada à capacidade de um gestor de dialogar com a realidade que apresenta.  Esperemos que este discurso equivocado do produtor cultural seja veemente condenado pela Secretaria Municipal de Cultura e que os cidadãos que levam seus filhos para se divertir não sejam expostos, nunca mais, a este tipo de discurso vazio e equivocado.

Em tempo, uma denúncia (já devidamente registrada na Ouvidoria Municipal com manifestação número 135.129.455.535): este mesmo produtor, profundo conhecedor de cultura, responsável pelo dito espetáculo infantil “Toy Story”, também vai trazer “Manual Prático da Mulher Desesperada”. Detalhe, mesmo conhecendo a Lei nº 4.831/2009 (chamada de Lei Cidade Limpa, da qual ele já foi informado no ano passado), o produtor colou inúmeros cartazes, de forma ilegal, em paredes externas da Fundação das Artes e comércio do Bairro Nova Gerty.

Esta é, portanto, a tal “cultura de verdade”: um negócio, que desconsidera a cultura anteriormente produzida em São Caetano e que não respeita as leis da cidade?

O que a atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura acha disso?
Aguardamos posicionamento e respostas, dessa e de outras questões anteriormente apresentadas.

Cartazes irregularmente colados em parede de prédio comercial na Rua Cavalheiro Ernesto Giuliano, 760
(ao lado da Fundação das Artes). O anúncio fere o art. 9 da Lei 4831/2009 e é do mesmo produtor de "Toy Story".
O dono do imóvel, em contato telefônico, informou que não foi consultado sobre o anúncio. 

Fake Story


Escrevo sobre a apresentação a que assisti do “espetáculo” (e as aspas já entregam minha opinião...) Toy Story, dada no Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul, no último domingo, 24 de fevereiro.  Meu menino de três anos e meio é fã da série e, como já gosta de teatro, decidimos levá-lo. Registro esse artigo para que o público que assistiu saiba o que havia de tão errado naquela tentativa de teatro.

Aquela seria a segunda sessão do dia, extra, marcada para iniciar-se às 17h30.  Já na entrada do teatro uma aglomeração tumultuada, sem que alguém se prontificasse a organizar uma fila. No saguão, duas bancas vendiam uma série de bugigangas luminosas piscantes. Como vimos o público da sessão anterior sair carregado das mesmas, imaginamos que teriam algum uso durante a apresentação, algo para propiciar a interação com a plateia (eu sou um otimista incorrigível...).

Para quem não sabe, aquele teatro tem 1.122 lugares (aliás, para quem sabe o número é o mesmo). Para assistir a balé ou concertos é ótimo. Para teatro, porém, é muito grande. Por isso, há uma divisória que reparte a plateia, deixando próxima ao palco uma confortável audiência com cerca de 600 pessoas. Ao adentrar a sala, porém, tal divisória não estava colocada. “Bem, vão usar microfones”, pensei (sou uma pessoa de alma grande e generosa).

Instalados, esperamos até que se completasse meia hora de atraso – o que pode ser comum em shows de popstars, mas é simplesmente inadmissível em teatro. Afinal, eu, espectador, corri, apressei meu filho, minha mulher foi tirando o carro da garagem enquanto eu colocava calçados no menino, viemos a toda pressa, para não nos atrasarmos. Pois, em teatro, atraso é sinônimo de falta de respeito. Se eu entro atrasado (e diversos espetáculos não permitem a entrada com atraso), perturbarei quem esteja assistindo e apresentando. Nesse ponto, uma locução pede desculpas pelo atraso, mas é que havia muita gente saindo da sessão anterior... Ué, se venderam ingressos extras três dias antes, não sabiam que teriam que fazer sair uma população de mais de mil pessoas? Deixo de comentar a parte da locução que enaltece as façanhas da administração municipal no campo da cultura, pois meu gosto pelo bizarro tem limite.  

E, então, tem início a catástrofe. Aparece o Mickey (!) e avisa que assistiremos Toy Story. Três dos soldados de brinquedo entram em cena, a sonoplastia solta a música e eles “dançam”... ou algo parecido. Percebo que um dos soldados erra os passos e – Misericórdia! – olha para um dos parceiros, para acompanhar-lhe o passo. No dia seguinte, uma amiga veio comentar o mesmo que eu vi – só que ela havia assistido à primeira sessão!

E que tolo, eu. Os atores não usavam microfones pela simples razão de que não falavam! As máscaras e bonecos eram até bem feitos, sim. Que bom, pois dentro das fantasias (meus 34 anos de teatro se recusam a chamar aquilo de “figurino”. Figurinos são usados por atores, seres que interpretam) alguma pessoas se movimentavam, enquanto as falas tiradas do filme (falo das dublagens presentes no DVD) saíam pelas caixas acústicas!! Os “atores” presentes não diziam uma palavra. Ou seja, não foi à toa que meu garoto – que sempre corre para a ribalta, participando ativamente de todos os espetáculos a que assiste – tenha ficado acanhado, sem entender muito bem o que ocorria. Ele tem um interação bem maior com os DVDs...
Ainda assim é possível pensar-se em fazer teatro. Existe algo chamado expressão corporal. Com ela percebemos as intenções do ator, em momentos em que se pode, até, dispensar a palavra falada. Gestos, postura, ritmo etc. fazem com que o corpo fale, de maneira bastante eloquente. O que vimos, entretanto, foi expressão corporosa (mistura de corporal com horrorosa), com movimentação desencontrada, repetitiva, simplória. Será que todos ali em cena são atores formados? Digo isso porque, vivenciando o desenvolvimento de uma grande escola de formação de artistas há mais de 25 anos (a conhecida Fundação das Artes de São Caetano do Sul), vejo pelos corredores performances muito mais bem realizadas do que aquelas pelas quais paguei.

Alguém falou em texto? Inexistente, claro. Veja, estou sendo literal: as falas foram copiadas do filme, com as vozes dos próprios dubladores (será que esses dubladores fizeram todo o trabalho novamente? Desculpem-se por não acreditar...). Então, deveria ser um história bacana, como a do filme, certo? Não. Pois, para fazer um espetáculo de uma hora, “editaram”, ou seja, cortaram o roteiro. A peça é, quase toda, um diálogo entre Woody e Buzz Lightyear, que disputam a atenção da Jessie. Sr. Cabeça-de-Batata está presente, mas não me lembro de alguma intervenção sua. À medida em que os personagens entravam, meu pequeno, olhos brilhando, murmurou: “o Dinossauro...”. esperou em vão. Rex não aparece.

Acabada a “atração”, molecada foi até a ribalta, buscando a atenção de seus favoritos. Porém, uma terceira sessão empurrou as crianças em direção a seus pais e à porta.

Comprei, antes de começar, uma das tais bugigangas luminosas (achei que ajudaria o filhote a interagir com as cenas). A caminho de casa, valeu mais o brinquedinho; digo isso pois, ao contrário do habitual, ele não falou nem uma palavra por ter visto seus ídolos. Costuma comentar, sempre, os espetáculos que vê. Esse, não.

Sei, por experiência, que os pequenos queriam um gesto, um sorriso, uma palavra a mais, mas... eles, os personagens, não falavam ou acenavam para as crianças, como fazem atores em teatro infantil.
Ficou claro para mim: aquilo a que assistíramos não era, definitivamente, teatro infantil.

Estou te devendo uma, filho.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Pinheiro recua e concederá bolsas de estudo

Clique aqui e veja matéria do Jornal ABCD Maior, publicada nesta quarta-feira acerca da situação da Fundação das Artes.

Informe de 21 de fevereiro de 2013 - Noite especial em São Caetano do Sul.



Mais de 150 pessoas participaram da Caminhada Artística pela Aprovação do Plano Municipal de Cultura e em prol da Fundação das Artes. A concentração começou no Teatro Santos Dumont e às 19h10, todos saíram em direção à Câmara Municipal. Foi uma caminhada cultural, lúdica, com artistas, professores e alunos das mais diferentes linguagens por quase 500 metros na Avenida Goiás - principal via da cidade.

Depois de uma pequena "evolução" em frente à sede da Secretaria Municipal de Cultura, os integrantes se dirigiram para a entrada da Câmara Municipal.  Aqui registra-se a nota triste, pois em princípio foram todos barrados pela Guarda Civil Municipal - embora a Secretaria de Cultura estivesse informada sobre a Caminhada artística. Após muita negociação feita por uma professora e uma conselheira de cultura que já estavam dentro do auditório, a entrada foi autorizada.

No entanto, mochilas foram abertas, alunos revistados e a entrada controlada. Oito viaturas acompanhavam do lado de fora; dentro, diversos guardas ficaram de "plantão". Parece que alunos vestidos com figurinos, portando instrumentos e camisetas de atividades culturais assustaram bastante ao Poder Público - executivo e legislativo. Tanta alegria e participação social não deveriam ser tratados dessa forma.

Enfim, todos entraram; sem os instrumentos e as faixas, mas entraram; sem fazer barulho ou cantar, mas entraram; sob as vistas de muitos guardas armados, mas entraram.

Ocorreu, enfim, a posse dos conselheiros para o biênio 2013-2014, com a presença de 11 dos 19 vereadores (Carlos Seraphim, Cidão do Sindicato, Edison Parra, Fábio Palácio, Fábio Soares, Jorge Salgado, José Xavier, Magali Pinto, Marcel Munhoz, Roberto do Proerd, Severo e Amigos). Logo após a posse, foi feita a primeira reunião ordinária para eleição do Presidente e Secretário.

Durante toda a caminhada e cerimônia da Secretaria de Cultura, alunos mostraram cartazes com frases sobre a situação: "Fundação sem cortes", "Apoiem as artes", "Eu aprovo o Plano de Cultura", "A Fundação não é o Alcina", "Um voto pela Cultura". O Secretário Jander de Lira anunciou que os problemas da Fundação serão resolvidos e que as bolsas dos estagiários serão imediatamente retomadas.

Foi uma festa da participação social e da mobilização artística. Queremos o Plano Municipal de Cultura construído pela sociedade em 2012 aprovado e colocado em prática.

Fazemos parte desse movimento e estamos alerta, muito alerta, aguardando as respostas e o posicionamento oficial da Prefeitura sobre a Fundação das Artes.

Parabéns a todos que estão escrevendo uma nova história em São Caetano do Sul.




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Caminhada Artística pelo Plano Municipal de Cultura


Alunos, ex-alunos, pais e professores da Fundação das Artes e artistas da região organizam Caminhada Artística em prol da Fundação das Artes e pela aprovação do Plano Municipal de Cultura
Artistas de diferentes segmentos, alunos, ex-alunos e professores da Fundação das Artes e diversos setores da Sociedade Civil organizam Caminhada Artística pela aprovação do Plano Municipal de Cultura em prol da Fundação das Artes.

Na próxima quinta-feira, dia 21 de fevereiro de 2013, artistas, estudantes e professores de arte e representantes da sociedade civil farão uma Caminhada Artística em prol da Fundação das Artes e pela Aprovação do Plano Municipal de Cultura de São Caetano do Sul.

“Eu aprovo!”, como foi batizada essa iniciativa, é um movimento em prol da participação social na construção de políticas públicas e no desenvolvimento da cidadania. O primeiro foco desde movimento é a aprovação do Plano Municipal de Cultura, documento aprovado pelo Ministério da Cultura que foi construído em 2012 a partir três aspectos principais: participação social, a consultoria técnica do Ministério da Cultura (MinC) e o envolvimento da gestão municipal.

O Município de São Caetano aderiu, em 2012, ao Sistema Nacional de Cultura foi contemplado em um projeto da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do MinC, que fez assessoria técnica para elaboração do Plano. Ao longo de 2012, foram feitos 35 encontros públicos e uma Conferência Municipal, nos quais todos os pontos foram discutidos. O resultado do trabalho, fruto da participação de mais de 500 pessoas, é um Plano com 210 ações, indicadores e uma metodologia muito elogiada pelo MinC (servirá de referência para outras cidades) aguarda, desde o ano passado, aprovação na Câmara. Na última sessão ordinária de 2012, mais de 100 alunos e estudantes da Fundação das Artes, artistas e cidadãos manifestaram seu apoio para a aprovação do projeto. O Plano prevê a manutenção de várias ações culturais, como as bolsas de estudo para estudantes da Fundação das Artes, grupos musicais, reforma de equipamentos e plano de carreira para funcionários da cultura – questões muito discutidas na cidade neste momento, por conta da novas medidas administrativas que foram duramente questionadas por toda a comunidade de alunos, ex-alunos, pais e professores da Fundação das Artes. 

A partir das 18h30, a concentração ocorrerá ao lado do Teatro Municipal Santos Dumont, Av. Goiás, 1.111, B. Santa Paula. A partir das 19h, os participantes caminharão 450 metros pela calçada da principal avenida de São Caetano do Sul em direção à Câmara Municipal, situada na mesma via, na altura do número 600. Às 19h30, os manifestantes participarão, no plenário da Câmara, da posse do Conselho Municipal de Política Cultural, biênio 2013-2014. Pedirão pela aprovação do Plano Municipal de Cultura e se manifestarão pela cultura em São Caetano do Sul e em prol da Fundação das Artes. Será um ato artístico e lúdico. A proposta é que as pessoas venham com camisetas ligadas a movimentos culturais ou com figurinos de espetáculos. Musicistas comparecerão com seus instrumentos.

Clique aqui para ver matéria do ABC Repórter sobre a Caminhada Artística:
Confirme aqui sua presença e divulgue a caminhada através do Facebook:

Sobre o Plano Municipal de Cultura
Projeto de lei que está na Câmara Municipal elaborado pela Secretaria Municipal de Cultura e sociedade civil em 2012, com apoio do Ministério da Cultura e Universidade Federal da Bahia. Para saber mais, acesse: www.planomunicipaldecultura.com.br (página do projeto MinC-UFBA).

Reunião de 18 de fevereiro | Comissão exige retratação da Nova Administração.


Foi realizada, na noite de segunda-feira, 18/2, uma reunião acerca da situação na Fundação das Artes. Com a presença dos integrantes da Comissão Mista e de outros professores, alunos, ex-alunos e pais, contou também com a presença de Jander Cavalcanti de Lira (Secretário de Cultura e Presidente do Conselho), Vagner Perton (Diretor Geral) e Alex Matos (Assessor Jurídico). Questões levantadas anteriormente foram alvo de discussão.

Professores entregaram a ata da reunião realizada na semana passada e, agora, são quatro os documentos protocolados que aguardam posicionamento e respostas.

Segundo foi informado pelos representantes do governo, o compromisso da nova administração é o de oficializar a resolução de todos os problemas até sexta-feira.

Pais, alunos, ex-alunos e professores presentes expressaram o profundo desapontamento com a situação criada pela falta de diálogo e o desrespeito em relação à comunidade da Fundação das Artes. E, em conjunto, frisaram que a falta de confiança e a incerteza foram causadas pelas medidas desastrosas, pela falta de conhecimento acerca dos projetos e das especificidades da instituição e pela Nota Oficial publicada pela Prefeitura acerca da Fundação das Artes.

“A Fundação está triste. Basta entrar aqui que a gente sente isso”, afirmou uma das professoras mais antigas, que desde 1972 está na instituição. “Queremos ver tudo isso resolvido o mais rápido possível”, disse uma mãe de aluna da Escola de Dança.













Cronograma
O cronograma das atividades para esta semana é:

Quarta, 20/2, 18h, Assembleia Geral no saguão da Fundação das Artes. Pauta: aprovação da Comissão, próximos passos.

Quinta, 21/2, 18h30. Concentração para a Caminhada Artística em prol da Aprovação do Plano Municipal de Cultura e Ato em defesa da Fundação das Artes. Compareça com figurinos, instrumentos. Teatro Municipal Santos Dumont. Caminhada de 450 metros até a Câmara Municipal, onde ocorrerá a posse do Conselho Municipal de Política Cultural.

Sexta, 22/2, 9h. Reunião da Comissão Mista de alunos, ex-alunos, pais e professores com o Chefe de Gabinete da Prefeitura de São Caetano.

Sexta, 22/2, 20h. Saguão da Fundação das Artes. Atividade de recepção dos alunos novos de Teatro. Ato artístico coletivo em prol da Fundação das Artes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Veja nova matéria do Diário do Grande ABC sobre a Fundação das Artes


"S.Caetano quer recuperar os espaços artísticos", matéria de Thiago Mariano publicada no Diário do Grande ABC em 18 de fevereiro de 2013.

A FUNDAÇÃO DAS ARTES NÃO É O ALCINA


Quem mora e circula em São Caetano já sabe. Para quem conhece um pouco menos, vale explicar.

“O Alcina” é a Escola Municipal de Ensino Profa. Alcina Dantas Feijão (antigo Ginásio Comercial), criada em 1967. É a melhor escola paulista segundo o ENEM 2010 e o IDEB 2012 e atua tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. Sempre foi e ainda é um dos orgulhos dos sancaetanenses. E não é para menos. Um projeto pedagógico consistente, professores dedicados e atenção ao aluno. Quando estudei na escola, de 1989 a 1991, tive uma formação exemplar. Professores como Pacífico, Silvana, Nelson, Daphnes, Kaoru, Miriam foram mestres que inspiraram a minha escolha profissional, ser professor, e proporcionaram que eu passasse no vestibular da FUVEST aos 17 anos, sem passar por cursinho. Tenho o mais profundo respeito por esta instituição e assim que soube que a ex-aluna Alessandra de Siqueira assumiu a direção da escola, mandei uma mensagem torcendo pelo sucesso dessa escola pela qual tenho o maior carinho.

A Fundação das Artes é uma instituição criada em 1968 e que atua na educação e formação de artistas nas áreas de artes visuais, dança, música e teatro. Um dos idealizadores foi Milton Andrade (nosso diretor por muitos anos), que se valeu do lema do então Prefeito Walter Braido (“São Caetano, onde escola não é problema”) para propor algo até hoje inovador: uma fundação municipal que abrigasse escolas para o ensino e formação em artes. Prestes a completar 45 anos, a instituição é uma referência nacional e internacional e seus alunos, ex-alunos e professores estão espalhados pelo mundo todo, inclusive dando aula e trabalhando na instituição. Fui aluno em 1995 e, desde 1998, sou professor desta casa.

Criadas quase na mesma época, são escolas de referência em suas áreas de atuação e... completamente diferentes. Quem conhece o Alcina consegue imaginar estas situações: cada aula começando em um horário diferente, alunos e pais transitando o tempo todo pelos corredores, alunos das mais diferentes idades convivendo juntos, crianças brincando enquanto aulas de adultos ocorrem no espaço ao lado, mães conversando dentro da escola enquanto os filhos fazem aula, alguém estudando em um cantinho enquanto aguarda seu professor chegar? Não, este não é o Alcina, mas assim é a Fundação das Artes.

E você, que conhece uma escola de artes como a Fundação, consegue imaginar todos os alunos, separados por idade, entrando e saindo ao mesmo tempo, com intervalos comuns, sem a circulação diária, o dia todo, de pessoas dando movimento ao espaço, sem alunos tocando instrumentos ao lado de pequenas bailarinas correndo e aprendizes-atores animadamente entoando “A morte de Afonso VI”, com inspetores de corredor monitorando o que acontece? Não, pois isso se parece com o Alcina. No entanto, os inspetores já estão instalados nos corredores da Fundação das Artes a partir de 2013. 

Teixeira Coelho, curador do MASP e um dos grandes pensadores sobre ação cultural, diz que a cultura pode ser entendida como “uma larga conversa”. Afirma que a gestão “deve fazer a viagem da cultura e não o contrário”. Em outras palavras, o que ele diz é que a cultura e as artes necessitam de processos administrativos que entendam sua natureza, sem submeter esta mesma cultura apenas a planilhas e à uma visão legalista. A arte precisa de espaço e de condições para respirar e florescer, não de monitoramento e controle.

Quando foram os divulgados os nomes que comporiam a equipe de Gestão da área da Cultura em São Caetano, circulou a expressão “República do Alcina”, uma alusão ao fato de que vários professores da Escola estavam assumindo cargos comissionados na Secult e Fundação das Artes. Em princípio, essa parecia uma boa notícia, afinal, o Alcina sempre foi reconhecido pela qualidade de seus professores e pelo seu excelente trabalho na cidade.

No entanto, o que se viu foi um conjunto de pequenas ações desastrosas nesse início de administração, principalmente porque, pelo que se pôde entender até o presente momento, o trabalho feito ao longo dos últimos anos foi desconsiderado. Eu não acredito que uma instituição como a Fundação necessite de um artista na administração. Mas, é imprescindível que seja constituída uma equipe que compreenda a dimensão educativa da cultura e que, principalmente, construa as políticas públicas com transparência e com diálogo – o que não aconteceu.

Em 45 dias, uma trajetória de 45 anos foi desconsiderada. Professores e alunos foram desrespeitados e o trabalho de décadas jogado na simples vala da “ilegalidade”, sem contar o incentivo ao discurso bairrista e pouco republicano de que “quem tem realmente direito é o munícipe”, desconsiderando o fato de que a instituição sempre teve um caráter nacional/internacional e tem parte de seus recursos financiados por mensalidades de alunos de outras cidades (e de outros estados também). Elos de confiança não foram construídos; a incerteza e desconfiança imperam. A experiência conjunta e compartilhada entre profissionais de ambas as instituições, que poderia contribuir para a construção de uma cidade que, de fato, seja de todos nós, ainda não ocorreu.

Na Fundação, professores e alunos estão aflitos, aguardando outras medidas concretas, um novo posicionamento oficial da Prefeitura e, principalmente, canais legítimos de diálogo e transparência. De seu lado, a comunidade da Escola instituirá nesta semana de 18 de fevereiro de 2013, uma comissão mista formada por professores, alunos, ex-alunos e pais para dialogar e exigir a resolução da situação.

O diálogo foi recentemente aberto pelo Chefe de Gabinete, Sr. Eduardo Casonato, e pela Presidente da Fundação Pró-Memória e integrante do Conselho de Curadores da Fundação das Artes, Sra. Sônia Xavier, os quais, sensíveis a esta situação, já se mostraram dispostos a medidas concretas de curto prazo, anunciadas inclusive.

Nesta segunda-feira, 18 de fevereiro, às 18h, temos uma reunião com a Direção Geral da Fundação das Artes. Dia 20 de fevereiro, também às 18h, haverá uma Assembleia Geral no saguão da Fundação, para compartilhar com toda a comunidade a situação. E, na sexta-feira, às 9h, ocorrerá uma reunião entre a Comissão da Escola e o Chefe de Gabinete da Prefeitura. 

A definição de Teixeira Coelho sobre cultura pode parecer simples, mas em tempos difíceis é a simplicidade que pode resolver as coisas. A Fundação não é uma escola de ensino regular como o Alcina. Por seu lado, o Alcina não é uma escola de artes como a Fundação. Mas as experiências dos profissionais de ambas as instituições podem construir coisas muito bacanas, das quais a cidade poderá sempre se orgulhar. Basta, para isso, construir uma administração que acredite, de verdade, que a cultura pode e deva ser, sempre, “uma larga e boa conversa”. 

Pois é exatamente isso que alunos, ex-alunos, pais e professores esperam desta semana: que tenhamos largas e boas conversas.


Sérgio de Azevedo, 38 anos, é ex-aluno de administração do Alcina Dantas Feijão e de teatro da Fundação das Artes, quase matemático pela USP, publicitário formado pela USCS, especialista em gestão cultural pela Universidade de Girona/Itaú Cultural, mestre em artes pela USP, professor de produção cultural na FAAP e de teatro na FASCS, iluminador nas horas vagas e tenista somente nas férias. Inspirado em José Saramago, adora dizer que é um homem a procura de uma ilha - uma forma poética de proclamar sua inquietação.

Além do Hitler, muita gente perdeu a bolsa...

Batman não quer se mudar para São Caetano.

Luke também perdeu sua bolsa de estudos da Fascs.

Tommy, o Ranger verde também perdeu sua bolsa!

Uma esperança para a Fascs.

Aro perde a bolsa da Fundação das Artes - Amanhecer.

Rede Brasil Atual publica matéria sobre o corte das bolsas e destituição dos coordenadores

São Caetano corta bolsa e destitui coordenadores eleitos de escola de artes. Veja a matéria na íntegra aqui.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

2011 – Lei 4979 - Regulamenta Bolsas de estudo

Confira a Lei na íntegra aqui.

2009 - Lei 4786 – Cria cargos para a Fundação das Artes

Confira a Lei na íntegra aqui.

1973 - Lei 2095 - Altera a estrutura da Fundação das Artes

Confira a Lei na íntegra aqui.

1973 - Decreto 3829 – Altera o Estatuto da Fundação das Artes

Confira o Decreto na íntegra aqui.

1968 - Lei 1671 – Criação da Fundação das Artes

Confira a Lei na íntegra aqui

1968 - Decreto 3102 - Estatuto Fundação das Artes

Confira o Decreto na íntegra aqui

ALUNOS TENTAM REVERTER CORTE DE BOLSAS DE ESTUDOS FEITO POR PINHEIRO

Clique aqui e veja matéria do Jornal ABCD Maior: cerca de 200 bolsistas da Fundação das Artes que perderam benefício aguardam resposta do governo para esta segunda

Informe sobre a situação na Fundação das Artes - 14/02/2013


por Sérgio de Azevedo

O Chefe de Gabinete do Prefeito Paulo Pinheiro, Sr. Eduardo Casonato, entrou em contato hoje. Foi informado o seguinte:
Acerca do Polo Cultural Casa de Vidro [que é situado ao lado do Teatro Santos Dumont], disse que "o espaço estará disponível para ensaios e apresentações da Fundação das Artes. Já há uma exposição agendada pela Fundação Pró-Memória que ocupará momentaneamente o local. No entanto, será feita uma articulação da agenda para que esta questão seja contornada e as atividades realizadas". 

Há uma reunião amanhã, na Fundação das Artes, para tratar deste assunto e resolver questões operacionais. Detalhes serão postados após essas reuniões. Casonato ressaltou que as outras questões estão sendo tratadas pela Chefia de Gabinete e pela equipe da área da Cultura.
Vale destacar que todos, professores, alunos, sociedade civil e política, querem ver a situação da Fundação das Artes resolvida. O diálogo, fundamental na construção da cidadania e das políticas públicas, foi iniciado e, para que tudo seja resolvido, precisa ser mantido e aprofundado.
Aguardamos o posicionamento e resposta da Prefeitura acerca das outras questões, dentre outras já protocoladas em documentos apresentados por alunos e professores: auxílio-estudo para os monitores, retorno dos coordenadores democraticamente eleitos, manutenção da eleição para a função de coordenador de área, aprovação do calendário acadêmico e artístico- cultural e apresentação do Plano de Trabalho 2013 da Fundação das Artes - o que deve ocorrer na reunião de segunda-feira, dia 18/02, às 18h.
Professores da Fundação das Artes se reuniram, nesta quinta-feira, dia 14/2, das 14h às 17h, em reunião deliberativa. Um documento foi elaborado e será apresentado às autoridades para que esclarecimentos sejam feitos.
Aproveitamos para informar que amanhã, sexta-feira, 15 de fevereiro, será constituída, oficialmente, uma Comissão Mista com representantes eleitos de alunos, ex-alunos, pais e professores. Esta Comissão será responsável por mediar e intermediar a solução dos problemas que surgiram a partir das medidas tomadas pela nova administração e, também, pela publicação, nas mídias sociais e no blog #fundaçãodasartesfaçoparte, de informações acerca da situação e resumo de reuniões - de forma que cidadãos e a imprensa acompanhem o andamento do processo e, desejamos, a resolução de todos os problemas.

Senhores é tempo de diálogo!


A Fundação das Artes sempre esteve em crise e isto é um fato. Sua existência é fruto da persistência. Acredito sim que há muito para se mudar. Creio que todos querem mudanças. Mas é preciso estar aberto para ouvir. É preciso conhecer a história e o funcionamento da instituição. Espero que haja humildade para que se reconheçam as falhas de comunicação e conduta antes que comecem a se repetir as histórias. A FASCS é uma escola de ARTES e precisa ser administrada por um gestor que compreenda suas especificidades. Tomara que se estabeleça o diálogo, pois não quero abrir o jornal e dar de cara com uma notícia como a publicada no Diário do Grande ABC, na sexta-feira, 11 de março de 1983:

MEIO CULTURAL CONTRA A EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO
A Fundação das Artes de São Caetano deve ser mantida a qualquer custo. Esta é a opinião de três pessoas ligadas à Cultura no Grande ABC, discordando do presidente do Conselho de Curadores da instituição, Ítalo Dal’Mas, que afirmou na última terça-feira não pretender salvar a entidade, caso seu objetivo de manter as escolas de arte não seja seguido à risca.
            O secretário de Educação, Cultura e Esportes de Santo André, Durval Daniel, disse que a Fundação, assim como todos os núcleos culturais da região, têm de ser preservados, porque a área cultural está completamente desativada. José Armando Pereira da Silva, ex-curador da instituição e produtor cultural de Santo André, considerou que Ítalo Dal’Mas desconhece o significado das atividades da Fundação das Artes em seus 15 anos de existência e não tem condições de avaliar a situação da entidade porque não acompanhou de perto o trabalho. Por sua vez, o ex-secretário de Educação, Cultura e Esportes de São Bernardo do Campo e deputado estadual, Fernando Leça, afirmou que não tinha consciência, antes das declarações do presidente do Conselho de Curadores dos perigos que cercavam a sobrevivência da entidade.
Ítalo Dal’Mas publicou um artigo, sábado, num jornal de São Caetano, onde emite várias opiniões acerca da instituição dizendo que “razões de sobra possuem os que, como o prefeito Walter Braido, manifestaram-se favoráveis à extinção da Fundação das Artes”. Segundo declarou na última terça-feira, os objetivos da entidade foram desvirtuados, porque ela reduziu-se a festivais artísticos e promocionais, e transformou-se em mero centro de distrações ou de “ocupações de funcionários relapsos e de curadores ociosos que fazem o jogo das trocas ou se limitam a realizar exibições supostamente modernas”.
Durval Daniel disse ontem que considera Ítalo Dal’Mas uma pessoa competente que saberá contornar essa situação para manter a Fundação das Artes. “Se existem desvios, eles devem ser corrigidos. O Grande ABC está ruim na área cultural, e por isso, a Fundação tem de ser preservada” – salientou o secretário.
José Armando Pereira da Silva disse que a atitude de Ítalo Dal’Mas, ao fazer aquelas declarações, é totalmente errada e mostra que ele desconhece as atividades da instituição. “Só uma pessoa provinciana como ele demonstra ser em suas crônicas de jornal é capaz de ter essa opinião. Ele não tem a menor condição de avaliar a entidade, porque não acompanhou o trabalho que vem sendo desenvolvido nestes 15 anos de sua existência” – observou, acrescentando: “É lamentável a Administração conhecer os 15 anos de Fundação das Artes, tirar Milton Andrade da direção e colocar como presidente do Conselho de Curadores uma pessoa totalmente desligada da atividade artística da região”.
O deputado Fernando Leça, que a partir do dia 15 assume sua cadeira na Assembleia Legislativa prometendo lutar pela educação e cultura da região, considerou as declarações e os conceitos emitidos pelo presidente do Conselho de Curadores revelam alguma confusão e acentuada incoerência: “Primeiro, o sr. Dal’Mas reconhece razões de sobra às pessoas – entre as quais inclui o prefeito Walter Braido que propugnam pela extinção da entidade. Logo depois, reconhece também os nobres objetivos da instituição. E arrematando a contradição, mas assumindo-a implicitamente, afirma que não lhe passa pela cabeça a ideia de salvar a Fundação”.
Prosseguindo em depoimento, Leça coloca: “Se formos levados a concordar com a análise do sr. Dal’Mas e admitir a veracidade de suas acusações quanto aos desvios de finalidade da Fundação e a falta de seriedade no emprego dos dinheiros públicos que lhe tem sido destinados, ainda assim não poderíamos jamais concordar com a terapia suicida que se preconiza. Faltam-me elementos para contestar o seu diagnóstico, mas não posso aceitar a ideia de que a solução seja matar o doente. Nego-me a acreditar, como já disse em outra oportunidade, que o Prefeito Walter Braido, criador da Fundação das Artes, se disponha agora a extinguí-la”.
Ele disse que não conhece os estatutos da entidade e os detalhes do seu funcionamento interno, e não está em condições de emitir juízo de valor sobre descompasso eventual entre uma coisa e outra, mas considera também natural que a sua filosofia de ação seja reajustada. “O que não posso admitir é a simples cogitação, a mera hipótese de dar cabo a uma experiência tão rica e tão consistente como é a escola de música mantida pela Fundação das Artes, além de outras de suas atividades. Reitero a convicção de que o prefeito Walter Braido não compartilha da ideia de fechar a entidade. Pretendo procura-lo, para certificar-me pessoalmente disso e espero fortalecer essa certeza” – comentou o deputado.
Fernando Leça propôs-se, caso as dificuldades da instituição sejam de ordem financeira – já que ela é subsidiada apenas pela Prefeitura de São Caetano -, a levar ao governador Franco Montoro e ao futuro secretário de Cultura do Estado, deputado Pacheco e Chaves, a reivindicação de uma ajuda por parte do Estado, através de um convênio ou qualquer outra forma. “Acho até justo que isso aconteça” – finalizou.

Tomara que isto seja apenas um registro de um passado distante.


Paula Venâncio
Mestre em Comunicação. Jornalista. Pesquisadora do Teatro no ABC. Artista do subúrbio. Moradora de São Caetano do Sul. Atriz formada pela FASCS. Ex-aluna bolsista (período em que ainda morava em Santo André) da escola de teatro e de artes visuais.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Jornal ABCD Maior publica resposta de Professores da Fundação para Secretário de Cultura


Trupe Sinhá Zózima publica carta de apoio ao movimento Fundação das Artes Faço Parte



sempre é bom saber que,
quase sempre não temos a real noção das ações e de suas consequências.
A Trupe Sinhá Zózima grupo brasileiro de teatro que pesquisa o ônibus urbano como espaço cênico, formou-se, em 2007 logo após o curso de formação de atores na Fundação das Arte de São Caetano do Sul, e vem por meio desta, manifestar sua tristeza em relação ao que tem ocorrido na instituição, esta, que orgulhosamente foi e é sua referência nos estudos, práticas e encontros com artistas formados ou em processo de formação pela instituição.
Através da pesquisa continuada de teatro dentro do ônibus urbano em movimento e da residência artística no Terminal Parque Dom Pedro II (projeto contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro no Município de São Paulo), espaço onde circula diariamente mais de 200 mil pessoas, onde 75% são pessoas que nunca tiveram acesso e nenhum contato com uma expressão artística, a Trupe vem promovendo o encontro com o sonho antigo de que a arte é direito de todos e dever do poder público em fomentar ações que possibilitam esta experiência. A Trupe Sinhá Zózima passou por vários estados brasileiros e também no continente europeu e sempre, desde sua origem faz questão de dizer: foi formada pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul! Pelo carinho, respeito, confiança que a instituição, seus mestres, alunos e funcionários sempre tiveram conosco. Mas, principalmente, pela oportunidade de aprendizado, de acesso a arte, pois vivemos num pais que o acesso á arte é cada vez mais privilégio de poucos.
Saber por exemplo que a bolsa estudo foi cortada para alunos que não residem em São Caetano do Sul, é saber que um passo foi dado para trás, que o acesso não será mais permitido, é saber que um dos fundadores da Trupe Sinhá Zózima que mora no extremo leste de São Paulo, que viajava cinco horas por dia para ir a Fundação das Artes não conseguiria finalizar seus estudos, pois por um ano e meio este auxílio fomentou seus estudos, fomentou o seu encontro com estudantes de São Caetano do Sul, fomentou a esperança que o Teatro no ônibus seria possível, que o encontro de alunos de São Paulo, São Bernardo do Campo e São Caetanos do Sul na Fundação das Artes formaria a Trupe Sinhá Zózima e a realização de mais de quatrocentas apresentações pelo Brasil e mundo a fora, o encontro com mais de 12.800 passageiros espectadores.
Por esse e outros cortes é que repudiamos esta ação e pedimos diálogo, soluções, força de vontade e reflexão do poder público, dos artistas e da sociedade. A Trupe Sinhá Zózima está à disposição, está atenta, estamos com os alunos, mestres e ex-alunos. Estamos e sempre estaremos pelo direito ao acesso e o encontro da arte com o cidadão, independente de onde ele esteja, pois lutamos por um teatro do encontro sem fronteiras.

Revista Caros Amigos publica matéria sobre a Fundação das Artes


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

#fundaçãodasartesfaçoparte


Publicado na página AlertaFascs do Facebook


É um movimento criado por alunos e professores da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, instituição que completará 45 anos em 2013 e que foi intitulado, incialmente, AlertaFascs – livremente inspirado no movimento da Escola Livre de Teatro de Santo André chamado “ELT em Alerta” por conta de inúmeras dificuldades vividas ao longo dos últimos anos.

Foi uma forma de chamar a atenção para a falta de diálogo e para as medidas implantadas pela nova administração da instituição que colocaram em risco projetos artísticos, culturais e pedagógicos de artes visuais, dança, música e teatro.

Aos poucos, ex-alunos, pais e os mais diversos representantes da sociedade civil e da sociedade política começaram a aderir ao movimento (veja “nas mídias” tudo o que já saiu na imprensa e mídias sociais).

O objetivo inicial, além de chamar a atenção, foi o de criar canais de comunicação e diálogo. Sexta-feira passada, dia 08 de fevereiro, dez alunos e cinco professores foram recebidos pelo Chefe de Gabinete do Prefeito de São Caetano Paulo Pinheiro, Sr. Eduardo Casonato. Em uma reunião com mais de três horas de duração, todos os problemas identificados e amplamente divulgados pela imprensa e mídias sociais foram apresentados. Nenhuma resolução foi tomada; no entanto todos entenderam que, neste momento, o diálogo é fundamental para encontrar soluções. O Chefe de Gabinete se prontificou a verificar todos as questões relacionadas aos problemas, trabalhar pela resolução deles e, posteriormente, comunicar à toda a comunidade da Fundação das Artes.

Para quem quiser entender o passo a passo do que está acontecendo, acesse o blog http://fundacaodasartesfacoparte.blogspot.com.br/ e veja a postagem “cronologia”. Em “documentos”, são apresentadas informações complementares acerca do que está acontecendo.
Focados no objetivo de dialogar, os próximos passos são:

- Durante a semana pós carnaval, serão constituídas, eleitas e/ou validadas as comissões setoriais de alunos, ex-alunos, pais e professores para compor uma Comissão Mista – responsável pelo diálogo com a nova admisnistração;

- Dia 18 de fevereiro, às 18h, na Fundação das Artes, ocorrerá uma reunião da Comissão Mista de alunos, ex-alunos, pais e professores com a Direção Geral para ter um posicionamento diante das cartas de professores, alunos de música e alunos de teatro entregues na semana passada. Após esta reunião, a Comissão mista se encontrará para analisar a situação;

- Dia 20 de fevereiro, às 18h, na Fundação das Artes, haverá uma assembleia geral para tomar decisões a partir do que foi apresentado.

- Dia 21 de fevereiro, a partir das 19h30, estendemos o convite do Secretário Municipal de Cultura e Presidente da Fundação das Artes, Sr. Jander Cavalcanti de Lira, para que todos compareçam à Câmara Municipal de São Caetano do Sul para a cerimônia de posse de Conselho Municipal de Política Cultural Biênio 2013-2014 e do ato Pró-aprovação do Plano Municipal de Cultura de São Caetano do Sul – documento de planejamento que foi elaborado em 2012 com a participação intensa da sociedade civil e que garante a realização dos projetos culturais em São Caetano e de muitas das reivindicações do movimento de alunos, ex-alunos, pais e professores da Fundação das Artes.

Movimento #fundaçãodasartesfaçoparte: a favor da história e da trajetória da Fundação das Artes, de seus alunos e professores.